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#022 | TÔ NA FOSSA [poema]


(Eu. - Fevereiro/2019)

parasita em mim

uma fossa de sentimentalidades

um mergulho basta

ao núcleo da terra

as mazelas da vida

me mazelam

e os sentimentos

não me deixam ir além

não me dão o galho de fuga

desse abismo chamado eu.

eu luto para me agarrar às raízes

meus braços são curtos

diante das emoções que a pandemia me traz

eu resigno, mas atiço

antes podera não resignar

antes não me coubesse o atiçado

um ignorante sorridente

me caberia facilmente

se meu corpo não fosse tão grande

para uma veste tão pequena

e [in]justa


eu não sirvo pra sorrir


antes não sentir

antes ser um insensível

que um eterno preocupado social

mas isso não me cabe também

minha condição mínima

humana

não permite a desumanização


nado na minha fossa particular

melado de sentimentos

feito porra seca na pele

tô marcado e todos veem

o meu que é de mim

instaurado e subjugado

já me restringe o ser

quem sabe o existir...

quisera eu, antes de tudo

não sentir tanto assim.

_____________________




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