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#55 | 10/06 (ato 1)


'Um dia, no passado...' (Barão Geraldo, 2020)

Eu sinto, com muito pouco a verbalizar, mas muita coisa a dizer. Neste 09/06/23, decidi aprofundar-me em mim... Neste incompreensível mar de supostas boas referências, detive-me, ou deteve-me Maysa Matarazzo, abarcada por Clarice, pelos beijos bem dados que dei, mas que não estão tão perto mais.


A quem idealizo, nessa sua enorme catástrofe de silêncio, não é a mim. Há um abismo entre nesse e neste. Prefiro ficar do meu lado. Com essa sua ausência, vou me poetizando, autoinundação de arte, afogo no fogo efervescente que é chorar de emoção pela frieza de um amor vazio. Idealização, ideologia, foda mal dada... A língua da pessoa mal falada e tudo que se passa em sua mente. Mesma moeda, faces variadas desse ir e vir de aparências vis, insaciáveis, inconscientes.


Hoje, dia de todos nós, resolvi vestir Sol... Pobre solidão não se entrega, gente demais ocupa esse teu lugar. É frio, quieto, inverso e perverso como você, é a realidade da doce ilusão que me ocupa.


Uma baita ilusão... A quem quero iludir, solidão? A mim? Uma faísca irrelevante de inconsciente vagante e dependente. Pelo menos sei que da minha condição, talvez, por saber, me torno menos iludido nessa ilusão toda, como a tempestade que pensa possuir a terra, esquecendo de olhar para trás e ver quem realmente manda. O Sol... Doce ilusão.


Um começo tão perfeito, adequado e imaculado. Até que ponto avançar nesse imbróglio de desilusão? Sabe, talvez quem morra cedo tenha mais razão sobre este tal sentir...


Cumpriu a meta, matou a charada, acertou-se com o Dharma. Latente Dharma, que late mais que meu cachorro ao menor bater de asas de uma mariposa. Isso sim é sonhar.


Sonhando, iludido feito um animal, escrevi assim:


Pessoa,

Essa que voa no balão das ideias,

Das sábias palavras,

Desce do teu salto e me beija.

Pode ser com os mesmos erros daquela primeira vez...

Ainda sim, te peço, me beija...


Me inunda as marés de ilusões,

Já me acostumei às Aventuras de Um Messias Indeciso.

Aprendi a ler-me

Bem como a ti também,

Jovem messias do óbvio.

A obviedade latente

De mais uma breve ilusão...

Bauman poderia estar errado,

mas não dessa vez.


Pobre de mim,

Caindo em meus próprios golpes

Desordeiro,

Capataz de mim.


Neste deserto que habito,

Me habita um oásis no umbigo.

Tempo certo de sede.

Saciado,

Vão-se um, dois, choro, três...

E assim sucede o andor.


Tá tão longe de mim

quanto eu...

Mas nem sei a quem habito.

Só sei que um não há de ser...


Não há de ser a mim.

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(09/06/2023)


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