#016 | PRISIONEIRO DE MIM [poema]
- Jonathan Moreira
- 22 de jan. de 2020
- 1 min de leitura
Atualizado: 5 de jun. de 2020

Imenso no confortável,
Defronte de um mundo louco
O 'fazer parte' já é substantivo
Virou banal, surreal
Por mais que seja plágio,
A criança cresceu,
Os sonhos acabaram,
Sobra-me a garrafa de vinho pela metade
Mas fiel...
Não digo ser infeliz,
Estou nonde deveria estar.
Quando fecho os olhos,
Pareço estar vivo...
Sinto o peso das pálpebras
Sobre meus olhos
Um peso de vida
Um peso de morte...
Vertigem de sanidade,
Me aprofundo mais...
A cada gole uma curva mais fechada
De tempos em tempos
Uma sobriedade ilusória
O além daqui ao mundo
Daqui ao fim de mais uma garrafa
Não há o que se prever
O mundo é um só
Grande demais para os achismos cabais,
Esdrúxulos
Ao cair, abre-se os braços,
O relaxamento é sobre-humano
Só uma melodia poderia definir
O peso que sai,
Ao mesmo tempo permanece
Não é necessário forçar existência
O passado mostra-se atualmente igual
Mesma noite encarcerada
Mesma visão...
Mesma espera de aliens à janela
O colchão é quente demais
A iluminação do rádio incomoda
Ao fundo dos pensamentos
Um desejo de transcendência...
O ser, o querer ser,
O medo...
A escada encaracolada de metal cinza chumbo
Pintada por algum ferreiro caprichoso...
À espera pelo jantar...
A escuridão supri todas as necessidades
Todas as demais
Ficavam ocultas demais
Isso é bom
Na penumbra me via,
Minha mente deixava seu estado abstrato
É como a arte
O desejo que a sensação não passe
Nos próximos trinta minutos
Como uma fênix
Tudo renasce das cinzas...
Ou a realidade cai como um meteoro
Um meteoro igual, real, cru
Demais para aceitar
Fecho os olhos
Com um refrão cruzo os céus
Sei que estou no lugar certo
Sem freios, como outrora
Sou real
Como leve pulsações da melodia que ouvi
A existência é bela
É uma bela existência
"O jantar ta na mesa, esfriando"
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