#012 | OLHAI ÀS OLIVEIRAS [poema]
- Jonathan Moreira
- 19 de set. de 2019
- 1 min de leitura
Atualizado: 5 de jun. de 2020

"Não há pudor no que há ao redor dos olhos"
Nos labirintos do ser
Encontrando o desencontro
Olhos que não posso ter
Foram lapidados em boa moldura
Feito brisa rasa
Que há de passar.
Atributos da alma
Forja o ser, transmuta o desejo
Que aflora, fauna e flora
Oculto deve estar, e assim, se seguir
Onde tu andarás?
Nas entrelinhas de esquinas de paredes amarelas
Caçando sorrisos de veraneio
Audaz, afirmo que sim
O tempo deixou a lacuna
Um último abraço de eterno desencontro
A dúvida não permitiu às costas distraídas,
Pudera sentidas
No ser que queria ser
De suas meias, seus sapatos
Seus sorrisos, num escárnio
Eu o queria sentir.
No mais vasto,
Tu se entrelaça nos fragmentos de minhas palavras
Sabe-se lá como fará
Melhor saída, por mais que se dê por vencida
Não há!
Brinca de valsa triste,
Ao som dos bandolins
Apruma-se e contorce sem saber
Pois não se encontra por aqui
Sabe-se lá como vai ser
Na beira do abismo do armário da cozinha,
Tu segura sua última bebida
Não há pudor
No que há ao redor dos olhos
Fomenta o que se esforçou para apagar
Combinações cínicas
Rebeldia,
Quisera eu ser uma de suas vítimas
Sem querer, caí...
Por mera fragilidade, parti...
Com os recalques mal digeridos,
Sobrevivi...
Enquanto subia as escadas,
Cai pelos cacos que restavam de mim.
Teve assim, um utópico sim.
Aplausos de um amoroso fim.
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