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#012 | OLHAI ÀS OLIVEIRAS [poema]


"Não há pudor no que há ao redor dos olhos"

Nos labirintos do ser

Encontrando o desencontro

Olhos que não posso ter

Foram lapidados em boa moldura

Feito brisa rasa

Que há de passar.


Atributos da alma

Forja o ser, transmuta o desejo

Que aflora, fauna e flora

Oculto deve estar, e assim, se seguir

Onde tu andarás?

Nas entrelinhas de esquinas de paredes amarelas

Caçando sorrisos de veraneio

Audaz, afirmo que sim


O tempo deixou a lacuna

Um último abraço de eterno desencontro

A dúvida não permitiu às costas distraídas,

Pudera sentidas

No ser que queria ser

De suas meias, seus sapatos

Seus sorrisos, num escárnio 

Eu o queria sentir.


No mais vasto,

Tu se entrelaça nos fragmentos de minhas palavras

Sabe-se lá como fará 

Melhor saída, por mais que se dê por vencida

Não há!

Brinca de valsa triste, 

Ao som dos bandolins 

Apruma-se e contorce sem saber

Pois não se encontra por aqui

Sabe-se lá como vai ser


Na beira do abismo do armário da cozinha,

Tu segura sua última bebida

Não há pudor

No que há ao redor dos olhos

Fomenta o que se esforçou para apagar

Combinações cínicas

Rebeldia, 

Quisera eu ser uma de suas vítimas


Sem querer, caí...

Por mera fragilidade, parti...

Com os recalques mal digeridos,

Sobrevivi...

Enquanto subia as escadas,

Cai pelos cacos que restavam de mim.

Teve assim, um utópico sim.

Aplausos de um amoroso fim.

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