#011 | ENLACES [poema]
- Jonathan Moreira
- 11 de set. de 2019
- 1 min de leitura
Atualizado: 5 de jun. de 2020

"o tempo paira n'outro tempo, vertiginosamente"
a barriga dói
a garganta fecha
não há fuga
o vento corrói
a língua sussurra:
'o vento voltou'
grampeado ao papel
memórias vis
pretérito imperfeito
ziguezagueando
um tirano audaz
psicopata estranho!
ouvi dizer ser
'substâncias'(?)
mania insana
fumaça e incenso
cigarro e fumaça
dupla falácia!
trago verdades
trazendo arrependimentos
por pensar demais
sou condenado
mas creio em energia
a vida é quase cínica
fragmentários
não sei se é ego
ou só saudade
perpetuação da espécie?
não aqui.
é só saudade...
bola encolhida em cubo
grampeando ações
para ser menos pior
segredos, mentiras...
dramas, verdades...
sigilo, pesadelo recorrente...
palavras de livro
o cão é um amor dos diabos
e não o contrário
o sorriso não é o mesmo
uma mudança audaz
sincrônico percevejo
pra gente se desprender
o tempo paira n'outro tempo
vertiginosamente
só não espera te encontrar
nem te ver
ou nunca [amar] mais
singular de poda
só que poda às pressas
presa... pressa!
prisão torácica
arranca o coração logo
entregue-o aos cães!
não caibo mais em mim
[isso que não é meu]
é maior que a mim
vazo pelas bordas
pelas rachaduras
feito vaso quebrado por raiz
cheiro de café
não é mais o mesmo
depois de a mim vazar
o cigarro é inseguro
a fumaça anexa espirro
amargura de voar
que dor insuportável!
como posso falar
com vocal estrangulado?
a morte seria intenção
mas a dor dos meus
seria maior que a minha
as palavras são meus cortes
e ninguém vê
sangue silêncio, ninguém vê
só
somatória vazia
feito nota sol estendida
dualidade tênue
rotas diferentes
duo singular
o meu, além de mim
o seu, aquém de ti
o nosso... por aí
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