#45 | ZONA SERRANA [poema]
- Jonathan Moreira
- 2 de fev. de 2021
- 1 min de leitura

Às vezes preciso escrever
Mas me cobro o silêncio
Para não enxergar a obviedade
A derradeira sina trágica da vida
Hoje é esse 'às vezes'
Assim como também estou cobrando o silêncio
Ele é caro, penoso
Inflacionado pra mim
Me cobro
Ao passo em que transbordo
Em mais palavras no Evernote
É o vento que bate
Brisa leve
É a árvore igual
Mas completamente diferente
Todas as folhas iguais
Todas as folhas divergentes
Resolvi usar meus pés
Para retornar pra casa
Cabeça cheia demais
Para um ônibus solitário demais
A gente fala 'cabeça'
Às vezes é o peito cheio mesmo
É uma estrada sinuosa
Daquelas de litoral
Que você vai, vai, vai
Apreensivo
Esperando aquela pressão nos ouvidos
Devido à altitude
E a gente vai, vai, vai
Sabendo o preço disso
Consciente da espiral
Do ralo de pia cheia
Caindo em Proporção Áurea
Pra sabe-se lá deus onde
É a brisa que bate
É o tempo que fecha
Decisivo
Lá fora...
Incisivo
Aqui dentro...
__________
(Fev/21)
Kommentare