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#44 | FUGA [poema]


A Estrada (Itupeva, 2021)

Dedico o texto abaixo à minha querida amiga Keila, em homenagem ao nosso momento caótico e simultaneamente tênue em seu imbróglio. O amor é um cão dos diabos...

Pra onde que se foge

Quando não se pode

Lidar com quem partiu?


Qual é o endereço,

Me dá um nome,

Um paradeiro

Qualquer coisa

Para me extrair esse desejo

De inverter o passado

Em presente

...qualquer coisa

Vou fugir daqui

pr'Onde nem mesmo minha alma possa me achar

Estancar essa sangria exposta

Sem rima

Poética

Estancar de mim

O passado e seus sulcos exagerados

Prometo fugir

pr'Uma vida nova

Onde ninguém me conheça

Exceto minhas próprias lembranças

Alguém sem passado

Criando um futuro novo

Com novo nome

Nova esperança de ser

Espero conseguir

Prometo fugir...

...pra um vilarejo qualquer

Na boleia duma carreta

Trafegando vias

Interpretando papéis

Esquecendo de quem fui

Quem sou?!

Apenas fluídos em movimento contínuo

Rio que não se vê

Rio que não se curva

Rio de mim


Vou fugir

pr'Onde o ego não possa me ouvir

Vou fugir de mim.

__________


(JAN/21)



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