#32 | EFEMERAMENTE [poema]
- Jonathan Moreira
- 29 de jul. de 2020
- 1 min de leitura
Atualizado: 8 de set. de 2020

"Não nos resta muito, exceto um ponto na linha do tempo da história"
Não me resta muito
Só um abismo de eternidade
Que pode ser interrompido
No minuto adevir
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A vida é faísca
Leve brisa errante
Feito trago de palheiro
Efemeramente finda
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Desenlaces que se trombam
Se desenlaçam
Mas mantém nós
A vida no abismo da pia da cozinha
Até o findar do próximo pensamento
De uma nova breve veste
Para despir
Mais-uma-vez
Uma - conhecida - ilusão
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Não nos resta muito
Exceto um ponto na linha do tempo da história
Um planeta anão numa galáxia
Uma lacuna de respiro
Fissura no espaço-tempo
Prestes a se fechar
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Flash de luz divina
Embebido em brevitude, la solitud
A ocupação mental
Para esquecer a efemeridade
Dos nossos breves dias
El burnout en el vacío.
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Sinfonia de Bach
Em seus meios
Sente-se seus fins
A brevitude dos dias
A desimportância da vida
Prova sua importância
Num infinito paradoxo
Com a morte para viver
E a vida para morrer
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Efemeridades.
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(Jul/20)
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