Na porta do caos
Ao lado do cais
Da praia de dentro
Me despi num adeus
A roupa suja largada
A alma suja lavada
Palavras em vão
Até que não se reste
O resto de cerne
Até o que se espere...
Ilusão
No dobrar dos dedos duma mão
Navios atracaram aos montes
Três, quatro, cinco...
Tantos, já perdi as contas
O cais no que caí
Não me resigna mais
Não mais!
Findei
Emergido o casco
Sobras engaioladas
O lado escuro do iceberg
Foi banhado em luz
Acabou a corrida
A maratona
A competição.
Nunca foi amor
Mas também não houve vão
Não ouve vã
Só atracou
Para nunca mais ficar.
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(Maio/20)